O governo se prepara para uma ampla atualização das operações e legislações que envolvem a transmissão de sinal audiovisual no Brasil, disse o secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, em entrevista hoje (18) para A Voz do Brasil.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) analisou a regulamentação e legislação de radiodifusão brasileira. Segundo o Ministério das Comunicações, há uma reconhecida necessidade de atualização e mudança das regras aplicadas no setor, cuja legislação atual data da década de 1960. O processo deve gerar um novo marco legal, que será amplamente discutido a partir do ano que vem. “Seremos muito cuidadosos nesse processo. Televisão e rádio no Brasil são inigualáveis no mundo. Seja por nossa dimensão continental, seja pela quantidade de emissoras e estações”, afirmou Martinhão.
O secretário disse que toda a cadeia de trabalho da radiodifusão será ouvida “em prol de um futuro saudável para a TV e para o rádio em todo o país”.
Segundo o secretário, que discutiu o papel do rádio e da TV em comemoração aos 70 anos da primeira transmissão aberta da televisão no Brasil, não há qualquer sinal de enfraquecimento ou diminuição do papel da TV e do rádio com a popularização da internet. “Mais de 1.400 cidades do país já são 100% digitais. Estamos trabalhando agora para o desligamento [do sinal analógico] nas outras 4.000 cidades até 2023”, disse.
Entre as novidades planejadas pelo governo para o setor de comunicações, Martinhão afirmou que há planos futuros da pasta para transmitir o sinal digital gratuito em ultra-definição e também aumentar a convergência com a internet.
Ginga D Martinhão informou que a portaria que inclui o software Ginga D nos aparelhos de TV produzidos no Brasil - uma inovação brasileira baseada na tecnologia japonesa de TV digital que permite a integração de conteúdo da internet com programas de televisão - foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes.
Segundo informou o secretário, 40% dos lares brasileiros utilizaram as smart TVs - aparelhos que contam com conexão de rede, instalação de aplicativos e softwares que ampliam as funcionalidades de fábrica - como ferramentas de acesso à internet.
Rádio na Amazônia Martinhão disse que as cidades localizadas no território que compõe a Amazônia Legal receberão retransmissores de rádio FM.
Pandemia, isolamento e televisão Martinhão também foi enfático ao dizer que foi a televisão que levou informações sobre a pandemia do novo coronavírus para os lares brasileiros.
O secretário afirmou que os cuidados, tratamentos e a evolução da covid-19 no Brasil e no mundo encontraram na transmissão audiovisual aberta a forma mais confiável de comunicação.